sexta-feira, 18 de abril de 2014

IN SEGURANÇA PÚBLICA

IN SEGURANÇA PÚBLICA – De LULA à DILMA
·         Artigo publicado no Jornal Diário do Aço – Ipatinga – edição de 15/04/2014

Ano 2006. Publica-se o livro de Aloísio Mercadante: “Brasil Primeiro Tempo”. A obra tem o declarado propósito de comparar os resultados obtidos no governo LULA com aqueles produzidos na gestão de Fernando Henrique Cardoso.
O prefácio da obra é de LULA. Em linguagem simples e analítica o ex-presidente vai direto ao ponto e diz que o “livro tem um interesse que vai mais além dos petistas ou de homens e mulheres progressistas”.  LULA foi claríssimo quanto ao objetivo do livro: “trata de um estudo dirigido fundamentalmente para aqueles que partilham nosso projeto mas que, nem sempre, dispõem da informação e dos argumentos necessários para transformar essa simpatia em apoio militante”.
Mercadante analisou a questão da segurança pública no Capítulo 9, dando-lhe o título “Reestruturação e Modernização do Sistema de Segurança Pública”. Entendeu que aos Estados ficava a “principal parte dentro da questão da segurança”, reconhecendo, entretanto, que “o governo federal tem também um papel crucial no combate à criminalidade”, pois responde pelo controle da entrada de armas e drogas pelas fronteiras, além do dever de construir os presídios de segurança máxima.
Ufano, Mercadante disse que Lula fez uma “verdadeira revolução” na Polícia Federal, marcando-a com chancela de instituição voltada para cumprir uma política de Estado e não de governo; instituição que “cortou na própria carne”, para resgatar-se perante a opinião pública. Enalteceu o combate ao tráfico de drogas, destacando que a campanha de desarmamento, a distribuição de rendas e a geração de oportunidades para os jovens brasileiros teriam, em conjunto, a causa para “a primeira queda na quantidade de homicídios no Brasil desde 1992 -8% em 2004”.
Analisando as estatísticas fornecidas pelo governo (SIM/SVS/MS), encontramos: em 2003, 36.115 homicídios com arma de fogo; em 2004, 34.187; em 2008, 35.676; e em 2010, 36.972. Apesar de o governo ter distribuído melhor a renda e provocado o desarmamento civil do cidadão ordeiro, em números brutos os homicídios aumentaram 8% (oito por cento) na era Lula (2003 a 2010).
Inegável que a política de desarmamento civil estabilizou o número de acidentes com arma de fogo. Entretanto, às mãos dos bandidos as armas continuaram a chegar. Uma demonstração de que as Polícias Federal, Marítima e Rodoviária Federal estão longe de controlar a entrada de armas no Brasil.
Sobre as penitenciárias de segurança máxima (PSM), Mercadante salientou que apenas no governo Lula tais unidades prisionais passaram a ser construídas. Hoje há quatro concluídas: Campo Grande (MS), Mossoró [RN], Porto Velho [RO] e Catanduvas (PR). Com o custo estimado de R$ 34,8 milhões, está prevista ainda, para 2014, a conclusão da PSM na Fazenda da Papuda, em São Sebastião – DF. Em 10 anos, cinco penitenciárias. Por que não construíram as penitenciárias no mesmo ritmo e nas mesmas quantidades das obras dos estádios para a Copa do Mundo?


Jorge Ferreira S. Filho. Advogado - Articulista. E-mail professorjorge1@hotmail.com