quinta-feira, 24 de julho de 2014

O MARQUETEIRO - O TEMPO 24-07-14

O PODER E O  MARQUETEIRO

QUEM SERÁ O PRÓXIMO PRESIDENTE?

 * Artigo Publicado no jornal O TEMPO - Belo Horizonte - edição de 24/07/2014

Quem será o próximo Presidente? Ensinaram-nos que “todo o poder emana do povo” e é exercido, em nome do povo, por pessoas, representantes eleitos na forma da lei. Assim é a democracia. Um desenho romântico e idealizado do eleitor. Cada voto tem o mesmo valor. O voto consciente vale tanto quanto o voto irresponsável. Esse é o paradoxo da democracia. O poder não é exercido diretamente por seu titular, mas por meio das pessoas que recebem a maioria dos votos dados pela maioria que se que caracteriza exatamente por não ter a menor capacidade de exercer um juízo crítico sobre a idoneidade político-moral do candidato.
O escritor argentino Jorge Luiz Borges era impiedoso: “A democracia é um erro estatístico, porque na democracia decide a maioria e a maioria é formada de imbecis”. Não sejamos tão severos. Não é a imbecilidade que predomina, mas a confortável inércia intelectual na qual o homem comum refugia-se. Denis Diderot já o perceberá antes de findar o Século XVIII, pois ensinava que o homem prefere divertir a instruir-se.  A maioria caminha para a zona de conforto.  Pensar dá trabalho. Ela votará no mais bonito, no mais charmoso, no ex-jogador do seu time de futebol, naquele “fala mansa”, que promete realizar aquilo que o eleitor anseia, sem dizer como será paga a conta.
A conjuntura acima deflagrou reações variadas. Na imprensa instaurou-se a perplexidade com o despudor dos candidatos no tocante às fulgurantes promessas de campanha, principalmente aquelas de natureza econômica. Pelo menos, como protestou Vittorio Medioli, “o candidato tem que explicar como pilotará a economia”. Outros caminharam no sentido de engendrar a captura do voto do eleitor politicamente despreparado para a vivência democrática. E assim, o Século XX produziu o marqueteiro; os bruxos da democracia.  Com suas demoníacas artes construíram as multifacetadas linguagens do candidato, principalmente a corporal televisiva. Estudadas posturas. Ora uma inteligente lágrima rolará pela face ora o rosto assumirá uma expressão de tristeza e solidariedade com o eleitor/espectador anônimo. A cada lágrima um voto. A recente Copa do Mundo mostrou como gostamos de nos iludir. A maioria sequer questiona como seu candidato cumprirá suas promessas e quanto isso custará ao cidadão.
A ética de uma campanha eleitoral deveria circunscrever-se a exploração marqueteira do slogan: vote em fulano, porque seu plano de governo é coerente, exequível e com menor impacto ao bolso do contribuinte. Ingenuidade. DUDA MENDONÇA, marqueteiro e guru do Presidente Lula já deu o tom. Disse que “meus adversários são bons”. Quem são os adversários? Os candidatos? Não. São os marqueteiros. Duda deixa claro que não é a qualidade do plano de governo do candidato adversário que o preocupa, mas a qualidade dos marqueteiros do adversário político de seu cliente. Quem melhor encenar chegará ao poder, até que mudemos isso.    



Jorge Ferreira S. Filho. Articulista, advogado, engenheiro e Professor de Direito. 

2 comentários:

  1. "A desvantagem do capitalismo é a desigual distribuição das riquezas; a vantagem do socialismo é a igual distribuição das misérias." ―Winston Churchill

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  2. E então, petistas fanáticos e obcecados, ainda contentes e satisfeitos com a presente situação? Parem com essa idolatria absurda e exagerada pela Dilma e o seu "padrinho" Lula, e também com esses costumeiros KKKKKKKKKKKKKK, caso contrário, continuarão a rir, ou melhor, a "tirar sarro" de vocês mesmos.

    Um (ou uma) presidente filiada a um partido que se dizia estar contra todo e qualquer abuso de poder, non deveria jamais ser conivente com a CORRUPÇÃO e, nem tampouco, se posicionar, assim tão descaradamente, a favor da IMPUNIDADE aos CORRUPTOS pelos quais nutre simpatia ou afeição, seja por "partidarismo" ou o que la for. "ERROS DO PASSADO, COMETIDOS PELA OPOSIÇÃO OU NÃO, NÃO JUSTIFICAM ESSE TIPO DE AÇÃO. E, QUEM A PRATICA, NÃO É (E JAMAIS SERÁ) DIGNO OU DIGNA DE REPRESENTAR A NOSSA NAÇÃO."

    Wagner Matioli, um dos muitos brasileiros "ainda" lúcidos, esclarecidos e, principalmente, não compactuante com toda essa bandalheira descarada que aí está.

    Fonte: http://tinyurl.com/ditaduracomunista

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